domingo, 30 de janeiro de 2011

Trilha Sonora: Valley of the Queens - Star One


Sim, o mundo está perdido.

Enquanto humoristas engraçados e políticos nem tanto são eleitos para exercer cargos e fazer comédia com o erário público; enquanto se debate se o que restou da Amazônia será colocado abaixo para construir uma usina elétrica tão necessária quanto uma viagem a Mercúrio; enquanto mais um Big Brother revela os "heróis" nacionais, mudando o sentido da palavra para algo equivalente a "o que há de mais mesquinho, inútil e torpe na raça humana brasileira"; enquanto Planetas Atlântida se repetem, cada qual superando em muito a falta de qualidade do anterior, promovendo música... não, ESTILO, para débeis mentais de TODOS os estilos, ano após ano, salvo raras exceções... enfim, enquanto o mundo chamado Brasil vai se aprofundando mais e mais na involução humana, no declínio absoluto da moral e dos bons hábitos, exaltando o exibicionismo, o crime, o errado e o incerto, e todas as formas de burrice que se possa imaginar... (recuperando o fôlego)... eis que me deparo com um bálsamo, um tranquilizante em forma de música.

Uma das canções que compõem o raríssimo DVD Live on Earth, do grupo Star One, capitaneado pelo genial multi-instrumentista Arjen Anthony Lucassen, mais conhecido como Ayreon, é este bálsamo, esta panacéia sonora, capaz de nos fazer esquecer em parte o desespero de mediocridade em que estamos submersos e as tantas formas de violência musical que atentam contra nossos ouvidos diariamente.

Ao toque doce da flauta de Ewa Albering unem-se as vozes das irmãs Floor e Irene Jansen, despejando fartas doses de doçura e emoção e tecendo uma melodia cuja letra é inspirada no antigo Egito dos faraós. Suavidade e delicadeza incomparáveis, amor e sentimento puro em forma de canção, para se esquecer um pouco (ou muito... definitivamente) o panorama negro de total incompetência musical pop a que estamos sujeitos neste início de década, capitaneado por aberrações como Luan Santana, Fiuk, Restart, Armandinho e Sorriso Maroto.

O mundo está perdido, sem dúvida... mas enquanto nobres e inspiradas almas como Arjen Lucassen continuarem aparecendo por aí para nos inspirarem com seu talento, sim, ainda restará alguma esperança...

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