Trilha Sonora: We Are The World - USA for Africa

Outro dia me deparei com essa música, perdida no meio do meu Real Player, e, como sempre, ela me emocionou.

We Are The World é brega até não mais poder, e seus teclados e sintetizadores iniciais lembram Xuxa, entre outras coisas ainda mais abomináveis, típicas dos anos 80. A própria melodia, e mesmo a letra não oferecem panorama muito propício para uma grande canção.

Então, como se explica a emoção que essa música sempre me traz, a cada vez que a escuto?

Acontece que não é sempre que se ouve algumas das vozes mais importantes da música em todos os tempos. Algumas? Não... Muitas vozes. Provavelmente condenada ao naufrágio do esquecimento, We Are The World decola para se transformar provavelmente na canção mais inesquecível e importante do século passado, elevada ao auge não apenas pela campanha caritária em relação à Africa, como também pelas muitas vozes da super banda USA for Africa.

Convenhamos. É uma experiência no mínimo diferenciada, gratificante, ouvir os gritos agudos de Cyndi Lauper, os resmungos de Bod Dylan e a rouquidão de Bruce Springsteen, pra não citar grandes astros da época, como Kim Carnes, Kenny Rogers, Lionel Richie e Huey Lewis, ou mitos, como Ray Charles, Tina Turner, Stevie Wonder, Paul Simon e mesmo o próprio Michael Jackson.

É ainda mais gratificante ouvir We Are the World hoje em dia, e perceber as distinções marcantes de timbres e estilos entre cada uma daquelas potentes vozes, principalmente em uma época triste como a nossa, em que existem linhas de montagem de grupos funk, pagodeiros, bandas Emo e duplas sertanejas, pra não citar os medíocres cantorezinhos e grupos estrangeiros, cantando todos iguais, uns até mais iguais que os outros, a maioria deles sem voz nem vez.

Fica a dica de uma música forte, imponente, em que cada voz é única e se sobressai em harmonia. Uma verdadeira democracia de vozes, em que a união dos maiores talentos fez e continua fazendo a força, e muita diferença.

We Are The World na Wikipedia