https://www.youtube.com/watch?v=bQsMuvGP2o8
quarta-feira, 28 de dezembro de 2016
sexta-feira, 23 de dezembro de 2016
terça-feira, 20 de dezembro de 2016
domingo, 18 de dezembro de 2016
terça-feira, 13 de dezembro de 2016
sábado, 10 de dezembro de 2016
segunda-feira, 5 de dezembro de 2016
sexta-feira, 2 de dezembro de 2016
quinta-feira, 1 de dezembro de 2016
sábado, 26 de novembro de 2016
sexta-feira, 25 de novembro de 2016
quinta-feira, 24 de novembro de 2016
domingo, 20 de novembro de 2016
sexta-feira, 18 de novembro de 2016
#Marvel #BattleScenes - Fabian Balbinot, criador do card game Battle Scenes na Virada Nerd
Olá, amigos. Este sábado, 19/11, é dia de Virada Nerd, um multi-evento que vai acontecer ao mesmo tempo em diversas cidades do país. Eu também estou nessa e vou participar de um bate-papo sobre Battle Scenes lá na Livraria Colecionador, em Caxias do Sul, às 21h. Vai perder?
Confira tudo o que vai rolar no Brasil inteiro no link a seguir.
http://devir.com.br/viradanerd/programacao/
sexta-feira, 11 de novembro de 2016
#Marvel #BattleScenes - Gameplay Battle Scenes Illuminatis contra Inumanos no canal PlayPro!
Confira jogada a jogada, turno a turno, uma empolgante partida entre os decks 'Illuminati Gratinado' e 'Não é Inumanos' no canal PlayPro!
Link para o video: https://www.youtube.com/watch?v=TtkY7UtOJsc
Link para o canal: https://www.youtube.com/channel/UCnt54g9TlUfihCc9fv-gO0Q
Link para o video: https://www.youtube.com/watch?v=TtkY7UtOJsc
Link para o canal: https://www.youtube.com/channel/UCnt54g9TlUfihCc9fv-gO0Q
quinta-feira, 10 de novembro de 2016
segunda-feira, 7 de novembro de 2016
quinta-feira, 3 de novembro de 2016
quarta-feira, 2 de novembro de 2016
quinta-feira, 27 de outubro de 2016
sexta-feira, 7 de outubro de 2016
#Marvel #BattleScenes - Últimos dias para fazer sua inscrição no Battle Royal 2016...
... e levar um incrível kit de participação com card promo, playmat, deckbox e este incrível chaveiro!
Veja mais em http://www.battlescenes.com.br/kit-de-inscricao-battle-royal-2016/
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quarta-feira, 5 de outubro de 2016
quinta-feira, 29 de setembro de 2016
#Marvel #BattleScenes - Já se inscreveu no Primeiro Torneio de BS Online mas não sabe como jogar? Aprenda no canal Lobo Guarah!
Veja como jogar Battle Scenes Online usando a plataforma Tabletop Simulator do Steam neste ótimo tutorial em video do canal Lobo Guarah do Youtube!
https://youtu.be/dkxUUvKezpo
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quinta-feira, 22 de setembro de 2016
#Marvel #BattleScenes - Primeiro Torneio de Battle Scenes Online
Veja como se inscrever e participar do Primeiro Torneio de Battle Scenes Online usando a plataforma Tabletop Simulator do Steam
https://www.facebook.com/marvelbsonline/
https://www.facebook.com/marvelbsonline/
quarta-feira, 14 de setembro de 2016
segunda-feira, 12 de setembro de 2016
sexta-feira, 2 de setembro de 2016
Vidas Paralelas
“Tenho
que pegar essa criatura”
Gatas
Extraordinárias - Cassia Eller
Jebb
estava de pijama na cama, distraído. Passavam das três horas da madrugada. Nada
melhor pra fazer, a insônia o incomodando, ele resolveu retomar uma daquelas
suas outras vidas, onde ele era um explorador e um caçador, e também um
treinador daquelas estranhas criaturas que povoavam um mundo paralelo.
O escritor havia acordado irritado
naquela madrugada, com mais de dez ideias, quase todas ruins e irritantes.
Talvez fosse a décima vez que ele acordava no meio daquela sua crise
intransigente de insônia. Talvez estivesse acordado o tempo todo, todas as dez
vezes, fingindo que tentava voltar a dormir só pra acordar de novo depois.
Telecomunicador
ligado, a imersão na realidade alternativa se iniciava. O objetivo do jovem
Jebb nessa outra vida era o mesmo de tantos outros companheiros de jornada
virtual: capturar as criaturas do mundo fantástico apresentado pelo programa,
tratá–las, vê–las crescer e evoluir, e treiná–las para duelar contra as
criaturas de outros treinadores.
Uma daquelas mais de dez ideias ruins e
irritantes, matar alguém, políticos novos de que ele nunca ouvira falar mas que
faziam as mesmas propagandas e promessas idiotas da eleição de quatro anos
antes, partidários de políticos, juízes, funcionários públicos, bandidos,
mendigos, viciados em crack, bêbados, vendedores, cobradores, crentes, quem
sabe uma criança inocente só pra ver o que a gente sente quando mata uma
criança inocente, quem sabe matar muitas crianças inocentes, quem sabe matar–se,
ou matar a maldita insônia enchendo–se de chá de camomila / cidreira / maracujá
/ melissa / tudo isso junto, ou então abrir a janela e gritar feito louco e
acordar os vizinhos só pra rir da cara deles e vê–los querendo matá–lo de
pancada... uma daquelas mais de dez ideias ruins e irritantes parecia ser uma
boa ideia, a melhor ideia de todas naquele momento de revolta: escrever.
Jebb
gostava de viver as vidas paralelas em mundos de mentira que os jogos no
telecomunicador portátil ofereciam. Servia para fazê–lo esquecer das inquietações
da vida real, deixando–o satisfeito e feliz, enquanto o interesse pela aventura
se mantivesse. E o mundo holográfico daquele jogo era surpreendente e inovador.
Bastava ligar o aparelho e iniciar o software para que toda aquela dimensão de
fantasia fosse projetada sobrepondo–se à própria realidade. Lugares do mundo
real se transformavam em edificações virtuais, em um mapa que se extendia pelo
mundo inteiro, permitindo que o aventureiro explorasse um mundo à parte
caminhando pelas ruas de sua própria cidade. Era realista ao extremo, e bem
fácil de se lidar – apesar das caminhadas serem um tanto cansativas. Jebb
sentia seu interesse pelo jogo se renovar a cada nova incursão.
Escrever, porque ele era – ou achava que
era – escritor. Escrever porque ele sabia escrever, ou achava que sabia. Diziam
que ele sabia, mesmo aqueles que nunca tinham lido mais de dez linhas do que
ele havia escrito. Escrever porque era terapêutico, e assim ele não mataria nem
crianças inocentes nem mais ninguém. Escrever porque ele era um inquilino
bonzinho e não queria incomodar os vizinhos com sua irritação.
Tão
logo o jogo começou a funcionar, a primeira coisa que o jovem caçador fez ali
dentro daquela sua outra vida foi verificar os diversos instrumentos que o
sistema oferecia. Jebb analisou os mapas holográficos, os sensores e os guias
de localização. Checou registros e catálogos. Conferiu o arsenal de pequenos
dispositivos que havia na mochila que ele sempre levava consigo quando estava
naquela dimensão. Tudo estava ok.
Escrever, mas não apenas escrever.
Escrever para testar aquele mecanismo de fala que ele tinha descoberto em seu
celular novo, modelo Extra Z Plus, com bateria de duração dupla e metade do
tempo de carregamento e três chips e sensor de impressão digital – A–há!
Ninguém entra em seu Extra Z Plus além de você! – além de acesso direto e
gratuito por N meses ao Twitterscape, Netbook, Flixmedia, Instatime e outros
tantos Putaqueoparix, tudo por apenas $XXXX,xx dinheiros, em YY prestações sem
juros! Tudo isso, essas e outras dúzias de comodidades incômodas do mundo
digital pós–moderno... e também o mecanismo de fala, que converte a voz do
usuário em texto – característica sublime que o escritor descobriu por acaso, e
que não estava listada entre as comodidades incômodas apresentadas pelo
fabricante no manual do celular, nem em sua caixa de papelão, ou no pôster na
parede da loja e nem mesmo na propaganda que não parava de aparecer na
televisão ou nos Putaqueoparix das redes sociais da internet.
Jebb
não detectou nada de especial ao vasculhar os mapas, com exceção das mesmas
pragas de sempre. Larvas, insetos, pombos e morcegos. Ah, os insuportáveis
morcegos. Havia morcegos em todos os lugares daquela cidade. Até mesmo durante
o dia. Morcegos pequenos e grandes. Uma verdadeira infestação.
Cansado de lutar contra a insônia e
pensando apenas em um "por que não?", o escritor acionou o aplicativo
de texto e o microfone do mecanismo de conversão de voz. Atento, o celular como
que piscou e se insinuou para ele em imagens cintilantes na sua tela, dizendo
sem dizer nada algo que deixava a impressão de ser "pode falar,
amigão" ou "manda ver, sou todo ouvidos".
Jebb
não podia mais nem ouvir falar daqueles bichos. Tinha capturado vários morcegos
no início de sua jornada, mas acabara desistindo deles com o passar do tempo.
Era muito desperdício das armadilhas que forravam boa parte do microcosmo de
itens que existia no interior de sua mochila. Armadilhas essas que não eram lá
coisa muito fácil de se achar, principalmente agora que ele se tornara mais
experiente e tinha recebido acesso a equipamentos mais avançados. Os pontos de
coleta de itens daquela região onde vivia, que não eram muitos, hoje em dia
ofereciam uma grande variedade de utensílios diferentes, remédios e mantimentos
de vários tipos, e às vezes até ovos – que ele precisava armazenar e garantir
que chocassem – mas cada vez menos armadilhas. E como os pacotes de itens
distribuídos nos pontos de coleta tinham conteúdo aleatório, ele tinha
consciência que não era recomendável desperdiçar armadilhas com morcegos.
Foi ali mesmo que o escritor sentiu como
se a sua mente e o que havia nela, ideias ruins, irritação, insônia, tudo tivesse
deixado de existir. Durou não mais que alguns segundos, mas foram momentos em
que ele ficou sem ter qualquer ideia do que fazer. Engolindo em seco, ele encarou
o microfone estilizado e desafiador que brilhava na tela do celular...
Estarrecido e mudo. Nada a declarar, mesmo ele querendo e muito declarar alguma
coisa.
Morcegos,
pombos e insetos. Era só o que havia. Com pombos e insetos até era fácil de se trabalhar,
havia muito o que fazer com eles, muitas formas de treinamento, muita
experiência a se obter. Diferente dos quirópteros, que só ocupavam espaço e
demandavam tempo e recursos demais em seu tratamento e evolução.
Invariavelmente ele se via obrigado a transferir os morcegos para um depósito para
liberar espaço em seu limitado zoológico particular. Esta era a pior das transações
que se podia fazer naquele mundo, porque rendia não mais do que uma dose de rações,
coisa que podia ser obtida em quantidade muito maior durante capturas e outros
eventos. Em suma, uma enorme perda de tempo.
“Por tudo o que é mais sagrado!”, pensou
o escritor, incapaz de proferir palavra. Ele se sentia ridículo e a situação
como um todo era absurda. Parecia que o silêncio da madrugada era algo sagrado que
não poderia ser rompido sob pena de danação eterna nos mais baixos quintos dos
infernos, principalmente se isso se desse em uma conversa interespécies,
criador e criatura, envolvendo um ser humano e seu celular. “É proibido falar,
diz o aviso que eu vi”... Era bem assim que acontecia quando ele abordava
aqueles africanos magrelos e malucos que moravam no segundo andar de seu
prédio, ou os jovens bem mais jovens que ele, forrados de piercings, tatuagens
e gírias incompreensíveis, que ele encontrava na rua ou nos clubes. Em ambas as
situações não conseguia entender quase nada do que lhe diziam e daí não sabia
como responder e emudecia por completo.
Deixando
os morcegos e as outras pestes de lado, o jovem resolveu conferir os arredores
daquela sua região, averiguando os pontos de coleta e os ginásios localizados
nas proximidades. Essas edificações virtuais eram espalhadas de modo a ocuparem
os mesmos espaços geográficos de estátuas, monumentos, escolas e igrejas
localizados no mundo real. E tais sobreposições eram permanentes e jamais
mudavam. Exemplificando, a estátua do fundador da cidade e o centro histórico
municipal eram postos de coleta, a igreja matriz no centro da cidade era um
ginásio, uma arena de batalha, e assim por diante. Em sua região existiam sete
ou oito pontos de coleta bem próximos, metade deles ocupando no mundo de
mentira o espaço das estátuas e obeliscos e até mesmo do grande chafariz reais
que havia na praça central de sua cidade. Ali também existiam dois ginásios de
combate, um na referida igreja matriz e outro em uma escultura de uma mulher
com uma criança.
Acontece que aquilo era apenas um
celular, não um bando de negros senegaleses ou haitianos de sotaque um mais
esquisito que o outro, nem de adolescentes espevitados de linguajar cifrado. E
ele não podia ficar encabulado de ter que conversar com um celular, mesmo que
"ter que conversar com um celular" soasse como a coisa mais absurda
de todos os tempos.
Algo
chamou a atenção de Jebb, atraindo–o para um setor do mapa onde havia um dos
ginásios de sua área, aquele que ficava na catedral. Havia uma vaga desocupada
naquele local. Uma posição onde ele poderia colocar um de seus bichos virtuais
para participar das rinhas, o que lhe renderia uma quantidade razoável de
créditos. E vejam só, o mesmo acontecia no outro ginásio, na estátua
arredondada e esquisita da mulher com a criança. Créditos em dobro!
O escritor respirou fundo e, tentando
não parecer tão ridículo quanto imaginava estar sendo, disse uma frase. E foi
com aquela frase que ele começou a narrar o conto que tinha em mente.
Sem
pensar muito, Jebb começou a trocar de roupa. Olho na movimentação dos mapas,
ele vestiu calça e casaco, calçou o tênis e saiu correndo do apartamento.
Sentindo–se revigorado e satisfeito,
extasiado até, ele foi falando, contando sua história. E conforme ele ia
narrando, o celular ia escrevendo...
Os
registros não mostravam nenhuma movimentação. Cercados por cinco ou seis postos
de coleta de itens, os dois ginásios permaneciam calmos e plácidos, os monstrinhos
postados em estado de guarda, sem nenhum sinal de combate ou de movimentação
nas proximidades. E o melhor de tudo: eram dois ginásios com a bandeira azul. Era
muita sorte...
Como era de se esperar, erros
aconteciam. O celular nem sempre entendia o que ele dizia, trocava palavras às
vezes, ou mudava a conjugação de verbos, ou escrevia coisas sem nexo ou em
outras línguas. Certas frases viravam coisa completamente diferente do que ele
havia dito. Ah, e ele descobriu que o celular era parcamente alfabetizado e não
sabia que se devia usar pontuação nas sentenças ou letra maiúscula no início
das frases.
Enquanto
abandonava o elevador e rumava pelo corredor buscando a saída do prédio, Jebb relembrava
o funcionamento das coisas no universo daquela aventura. Existiam três equipes
de treinadores, a vermelha, a amarela e a azul, da qual ele fazia parte, pois
todos os treinadores eram obrigados a escolher uma daquelas afiliações nos
primeiros estágios da missão. E eram essas equipes as responsáveis pelas
contendas que aconteciam nos ginásios, os quais deveriam ser conquistados em
combates para após poderem ser povoados por uma brigada de monstros dos
treinadores da equipe vencedora, possibilitando as lutas de treinamento, algo
que rendia muita experiência para as criaturas e treinadores daquele time.
Fosse como fosse, após quase duas horas
de muita conversa com seu obediente e esforçado celular – ou de muito ditado,
muito monólogo e alguns xingamentos – e outros tantos retoques e revisões, o
escritor tinha um esboço de fábula medindo umas duas laudas e meia, ainda sem
final ou título, sendo transferido para seu computador. Dias antes ele havia
descoberto um aplicativo para fazer esse tipo de transferência, proporcionando
interação entre o computador – onde ele costumava escrever – e o celular – onde
ele já se acostumava a ditar. Era uma historieta boba até, sobre um jovem que,
graças a uma crise de insônia (coincidência?), saía durante a madrugada para brincar
com um joguinho que usava o GPS do celular para sobrepor os lugares da cidade
com todo um ambiente de realidade aumentada, onde os jogadores caminhavam pra
cá e pra lá descobrindo e caçando bichinhos virtuais. Outra coincidência, pois
ele próprio tinha o tal jogo, que era uma das grandes manias dos últimos
tempos.
O
fato inegável é que ambos os ginásios ostentavam a familiar bandeira da equipe
azul e cada qual apresentava uma vaga para colocação de um monstro sentinela,
que ficaria ali posicionado, defendendo o ginásio contra invasores e auxiliando
no treinamento de outros monstros de cor amiga, até o momento em que fosse
derrotado e expulso, retornando para o zoológico na mochila de seu treinador,
onde poderia recuperar sua saúde sendo tratado com remédios. E o jovem Jebb
tinha dois monstros de estimação com muito bom nível de luta, aptos a ocupar
essas posições!
Com bilhões de downloads efetuados em
meses, o jogo era um sucesso absoluto de público, obrigando toda uma geração de videogamers
sedentários que viviam com a bunda colada em suas cadeiras e joystick colado na
mão a ter de sair caminhando por aí – ou pedalando, ou de skate, ou de carro,
ou hackeando o programa, pois trapaças sempre ocorriam – e se “dessedentarizando”,
na marra.
Sorriso
largo na face, olho no comunicador, Jebb quase corria pela penumbra, procurando
automaticamente as lâmpadas de iluminação da avenida sem dar muita atenção ao
que houvesse nos arredores. Não parou nem para capturar os dois ou três
monstros que encontrou pelo caminho – eram todos morcegos mesmo...
“Só vagabundo joga esse joguinho, e
mesmo quem trabalha e joga é vagabundo”, dizia o crítico feroz, por exemplo uma
daquelas gordas e respeitáveis senhoras de classe média–baixa que ficavam
sentadas no banco da praça com sua meia dúzia de filhos pequenos e barulhentos,
metade dos quais querendo um celular novo pra poder baixar o joguinho, chorando
até pra participar da última onda. “Tem gente que foi assaltado ou morreu
atropelado. Teve até um caso de um cidadão que caiu de um prédio por causa
desse treco!”, declarava um ancião horrorizado e bem informado, leitor assíduo
de todos os jornais, até os da capital. “Mas as pessoas tão caminhando e
visitando a cidade. Me parece bem saudável.”, teimava o jovem cabeludo, celular
gigante na mão e fone de ouvido maior ainda perdido no meio da cabeleira. E um
candidato a pastor retrucava, convicto: “Isso é um vício! O Pai só salva se
você acreditar Nele e rezar e contribuir com a igreja e não ficar tomando
cachaça, fumando baseado ou brincando com essas coisinhas o dia inteiro!” “É só
uma modinha. Vai passar logo.”, contemporizava alguém. “Lá naquela igreja pentecostal
tem um ginásio, sabia? Não é a que você vai?” “Olha só! É mesmo! Deixa eu ver?”
Enquanto
os monumentos e a catedral se aproximavam fisicamente, o visor mostrava os dois
ginásios também se aproximando em igual velocidade, junto dos diversos postos
de coleta da praça central, todos vazios – não havia iscas nos postos, o que
era um forte indicativo de que os mesmos encontravam–se desertos, sem outros treinadores
concorrentes ou aliados por perto. E não era raro ver iscas acesas pelos
jogadores naqueles postos nos mapas, mesmo durante a madrugada, comprovando que
a competição ali era acirrada dia e noite.
As discussões eram tão frequentes quanto
os downloads. O mundo inteiro baixava e comentava o sucesso do aplicativo. E,
mesmo que não quisesse admitir, o escritor tinha trocado de celular justamente
porque o seu aparelho antigo não era compatível com o joguinho. Havia outras
razões, fone de ouvido quebrado, tecla quebrada, vidro quebrado, mas nenhuma
delas fora suficientemente forte para que ele sequer pensasse no assunto até
aquele momento. Tornara–se de bom grado mais um dos escravos da multimídia
contemporânea.
Era
a sorte grande. Créditos em dobro. E postos de coleta livres para ele renovar
seu estoque de armadilhas. Talvez até comprasse algum item especial naquela
noite. Talvez até aproveitasse a solidão da praça para caçar um pouco...
Tão logo o texto foi transferido e
checado no computador, o escritor bocejou longamente, percebendo os insondáveis
efeitos tranquilizantes que as distrações sempre ofereciam. Escrever era um
desses linimentos mentais, devidamente potencializado pelo celular–ditafone, em
uma combinação que tinha dado fim a sua insônia, convertendo–a em uma canseira
danada.
(é lógico que o chá de camomila
misturado com cidreira e melissa – maracujá não tinha – que ele preparou e
bebeu sem nem se dar conta do que estava fazendo ajudou bastante...)
Já estava de pijamas mesmo, tal como estivera
o personagem de sua história. Desligou o computador e o celular, esqueceu da
vida e foi dormir.
*********
– Tu viu só o que aconteceu ontem aqui
na praça? – comenta o ancião bem informado, leitor assíduo de todos os jornais,
até os da capital.
– Ouvi dizer que morreu alguém... – diz
o jovem cabeludo, celular gigante na mão e fone de ouvido maior ainda perdido
no meio da cabeleira.
– Pois é – diz o ancião bem informado,
folheando o jornal do dia. – Tá aqui no diário. Encontraram um guri, quem nem
tu assim, atirado perto daquela estátua ali no fundo. Parece que foi assaltado de
madrugada...
– Essa violência... – suspira o
candidato a pastor. – Se as pessoas rezassem mais e contribuíssem com suas
igrejas, essas coisas não aconteceriam.
– Deve ser mais um vagabundo, viciado –
diz a gorda e respeitável senhora de classe média–baixa, cercada por sua meia
dúzia de filhos pequenos e barulhentos.
– Olha só – continua o ancião bem
informado. – A polícia tava passando pelo local e pegou os assaltantes quando
eles tavam tentando escapar. Encontraram o celular do guri ali perto e tinha aceso
esse jogo aí que vocês ficam jogando. A gurizada fica saindo de casa de noite
pra brincar com essas porcarias. Mas será que não vêem que a cidade é um
perigo?
– Bah! Eu nunca saio de madrugada – retruca
o jovem cabeludo. – Só fico por aqui de dia, e vi gente sendo assaltada de dia...
– Já vai tarde – interrompe a gorda e
respeitável senhora. – É um vadio a menos incomodando.
– Mas isso não se diz nem de brincadeira
– contrapõe o candidato a pastor. – O Pai não permite. E se fosse um dos seus
filhos?
– PARA DE INCOMODAR, GURI! – a gorda e
respeitável senhora dá um safanão em um de seus rebentos, que começa a chorar. –
Meus filhos vão pra igreja comigo, a igreja de Deus, não essa coisa aí que o
senhor frequenta! E se um deles vier me pedir celular bonito pra jogar essa
coisa do diabo, vai apanhar de cinta até criar vergão!
sexta-feira, 19 de agosto de 2016
#Marvel #BattleScenes - Vem aí o Battle Royal 2016, com mais de quinze mil reais de premiação! Confira!
Vem aí o Battle Royal 2016. Saiba tudo sobre este super torneio em
http://www.battlescenes.com.br/vem-ai-o-battle-royal-2016/
Mais de R$15000 em premiação. Olha só!
quarta-feira, 17 de agosto de 2016
Os Pontos Positivos de Pokémon Go
Pokémon Go vem tomando os celulares do mundo de assalto, milhões de pessoas estão jogando, é um fenômeno de nosso tempo, bla-bla-bla. Todo mundo já está careca de saber disso.
Como bom fã de jogos que sou, resolvi falar deste joguinho abordando um aspecto um pouco diferente... Não sei quanto a vocês, nerds normais, mas eu estou conseguindo angariar não apenas pokémons jogando PokéGo como também experiências positivas. Exemplos:
- Desde que inventaram esse tal de "celular sinal-da-cruz" (em que o usuário fica passando o dedo pros lados e de cima pra baixo em cima da tela fazendo sinal-da... ora, vocês entenderam!) que as pessoas se encontram com seus celulares pra... ficar mexendo nos tais celulares! Nem conversar as pessoas conversam, preocupadas que estão com seus whatsapps, facebooks, twitters, etcéterapps. O Pokémon Go me parece ser um dos poucos casos em que as pessoas se reúnem com seus celulares para CONVERSAR COM A BOCA - enquanto mexem nos celulares, óbvio. Deve ter gente por aí descobrindo que nem conversar mais usando a boca direito sabia. E você nem queira saber como conversar usando a boca é legal!
- Todo mundo conhece os gamers típicos que curtem jogar videogames e afins em sua forma mais clássica... e sedentária. É só meter a bunda na cadeira e passar o resto da vida gastando os dedos apertando botões para ser um desses caras. Pausas pra comer, ir ao banheiro, dormir (nem sempre) e ir ao fisioterapeuta pra se livrar da tendinite, o impulso de voltar a enterrar a bunda na cadeira para ficar apertando botões de novo para todo o sempre é forte e contagiante. Truques sujos à parte (andar de carro, gastar montes de iscas nos mesmos Pokéstops e ficar lá até morrer de fome ou as pokébolas acabarem...), não é de se duvidar que tenha gente por aí que nem mais se recordava que tinha pernas e - surpresa! - as redescobriu. Pokémon Go, de um modo ou de outro, faz as pessoas caminharem, ou seja, é um passatempo SAUDÁVEL, pra dizer o mínimo. Eu mesmo andei mais de 25km nas quatro trips que fiz pela cidade desde que instalei o jogo! Confesso que tenho o hábito salutar da caminhada diária, e esse hábito ficou mais divertido e descontraído. Redescubra suas pernas - jogue Pokémon Go!
- Vi um pai, um rapaz com seus trinta e poucos anos, e seu filhinho, uma criança lá pelos dez, numa certa praça em um dia desses. Estavam sentados juntos num dos bancos, cada um com seu celular, e era notável que conversavam sobre, e capturavam Pokémons, usufruindo da isca instalada em um Pokéstop próximo. O diálogo fluia entre os dois, o menino perguntava, o pai respondia e ensinava coisas. Achei magnífico, ainda mais neste mundo em que é normal que pais interajam pouco com os filhos. É ótimo ver que de alguma forma PokéGo serve para retomar esse tipo de contato, incentivando a aproximação familiar. Ah, e o mesmo vale pros namorados, irmãos e irmãs, amigos, conhecidos. Pokémon Go surge como uma grata forma de promover a interação entre pessoas que, sem o joguinho, talvez não tivessem o menor motivo para se reunirem, conhecerem-se ou manter qualquer forma de relacionamento mais intimista.
- Papo mais sério, agora. Pokémon Go nos faz refletir a respeito de alguns direitos que a gente achava que tinha, em especial o de IR E VIR. Percebe-se como nunca antes que andar por aí é uma coisa que pode ser perigosa, e muito. Temos consciência que devíamos poder andar livremente por aí, e até acreditávamos que podíamos fazer isso, mas o jogo tem revelado que andar por aí é um desafio íngreme, algo que dá medo. A segurança é precária e lugares que deviam ser pontos turísticos de visitação como são grande parte dos Pokéstops e PokéGyms não têm luz suficiente à noite, são tomados pelo descaso, ou por pessoas suspeitas, pra não dizer malfeitores. Não é de se duvidar que, influenciadas pela febre em torno dos Pokémons, iniciativas públicas surjam visando revitalizar pontos turísticos ermos, tornando-os novamente atraentes ao público. Ora, a própria presença de Pokégrupos de jogadores em lugares públicos já os torna mais amistosos...
- E, já que estamos falando de pontos turísticos... Que mal há em dar uma espiadinha naquela estátua ou escultura Pokéstop que você nem conhecia e encontrou pelo caminho ou visitar aquele museu que você descobriu procurando um estádio novo para batalhar? Mal algum! É culturalmente saudável, de todas as formas que se possa imaginar, ao menos para mim.
Decerto existem pontos negativos em Pokémon Go, como em tudo na vida, mas existem pontos positivos. E me parecem ser muitos pontos positivos. Consegue encontrar mais um?
quarta-feira, 3 de agosto de 2016
quarta-feira, 27 de julho de 2016
Questionário
Questionário
O maior prazer? A alegria.
A maior alegria? O prazer.
O olhar mais sedutor? Tão inexplicável quanto a voz mais bonita.
A voz mais bonita? Tão inexplicável quanto o olhar mais sedutor.
A pessoa mais linda? Certamente alguém que não se reconhece como sendo a pessoa mais linda.
A pessoa mais chata? Certamente alguém que não se reconhece como sendo a pessoa mais chata.
O sentido da vida? Não há sentido algum, muito menos na vida.
A verdade da alma? Não há verdade alguma, muito menos na alma.
A raiz de todos os males? O ser humano, criador de todos os males.
O sonho mais louco? Ser eletrocutado vivo em 5... 4... 3... 2... 1... E acordar! Ufa!
sexta-feira, 22 de julho de 2016
quinta-feira, 21 de julho de 2016
quarta-feira, 20 de julho de 2016
terça-feira, 19 de julho de 2016
segunda-feira, 18 de julho de 2016
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